Santa Teresa de Jesus
Em 28 de março de 2015, comemoramos o quinto centenário do nascimento de Teresa de Cepeda y Ahumada, em Ávila, na Espanha. Essa menina, que tinha 11 irmãos, se torna lentamente uma mulher notável, uma mestra da vida e da oração.
O fato de ainda nos encantarmos com essa mística espanhola, após 500 anos, deve-se à trajetória de sua biografia.
Teresa decide ser “de Jesus” com 20 anos quando, contrariando a vontade de seu pai, entra para o Mosteiro da Encarnação, a fim de se tornar uma religiosa carmelita. Desde esse momento até sua morte, Teresa tem de vencer muitas barreiras: inúmeras e exaustivas doenças, chegando certa vez à beira da morte; intrigas, incompreensões e perseguições dentro e fora do mosteiro; a suspeita dos censores da Inquisição acerca de seus escritos e experiências espirituais; a cultura machista que submetia as mulheres à exclusão e à ignorância, dentre outros fatos.
É nesse contexto que Teresa trilha progressivamente os caminhos da intimidade com Deus através da oração. Caminho em que, entre tropeços e erros, Deus a educa e atrai, tornando-a uma mestra da oração. É a partir de sua própria experiência que Teresa escreve e ensina o caminho para o encontro com Deus.
Aos 45 anos de idade, Teresa compreende que Deus lhe pede mais. E com um grupo de amigas que também desejavam uma vida mais dedicada à oração, funda o Mosteiro de São José em Ávila, iniciando a reforma do Carmelo. Em vida, ainda institui 16 outros novos conventos.
Suas 10.000 cartas, seus livros e poesias revelam que essa espanhola não se ocupa apenas diretamente da oração, mas igualmente da ação. Ocupa-se muito com as pessoas, com a saúde das irmãs, parentes e amigos, com os dramas sociais, à semelhança do próprio Cristo.
Por fim, Teresa revela-se também mestra das relações humanas, uma psicóloga nata para administrar conflitos e reunir pessoas.
Teresa de Jesus morre a 04 de outubro de 1582, em Alba de Tormes. É reconhecida pela Igreja como santa em 1662 e como Doutora da Igreja em 1970.